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Dra. MANUELA FONSECA - Teatro U.T.I.B.



«Comboio da Pedra» pelo Teatro da UTIB – Barreiro
Uma homenagem ao associativismo barreirense
O 4º Espectáculo da peça "Comboio da Pedra" de Manuela Fonseca, representado pela UTIBTEATRO, inserido no Mês do Teatro 2012 da Cidade do Barreiro, terá lugar na SIRB "Os Penicheiros", no próximo domingo, dia 18 de Março, pelas 16 Horas.
Este espectáculo é, sem dúvida, uma homenagem ao associativismo barreirense, aos valores solidários que marcaram a vida de gerações e que deixa, no coração, uma ponta de «saudade do futuro».
Já vi, por duas vezes, a peça «Comboio da Pedra», levada a cena pelo grupo de Teatro da UTIB – Universidade da Terceira Idade do Barreiro, encenada por Luciano Barata, com base no texto escrito pela colunista do jornal «Rostos» Manuela Fonseca.
Uma peça que dá gozo ver, principalmente, para quem sente o Barreiro como uma terra marcada pela cultura associativa e pelas dinâmicas dos seus clubes.
A peça de Manuela Fonseca, escrita a propósito do centenário do Futebol Clube Barreirense, foi editada pelo jornal «Rostos», com o patrocínio da empresa Unilogos.
No dia do lançamento da obra editada, coloquei o desafio a Luciano Barata para que concretizasse a sua subida ao palco. O Luciano aceitou o desafio e montou um belo espectáculo, com uma bela equipa interdisciplinar.
Tenho pena que a estreia não tenha sido realizada no espaço do Ginásio-Sede do Futebol Clube Barreirense, mas, pelo que me constou ainda este ano a peça vai ser realizada naquele espaço emblemático do clube alvi-rubro. Espero lá estar para sentir, no coração da génese deste trabalho, o pulsar das cores do barreirense.
A peça pode dizer-se transporta-nos entre a ficção, os sonhos e a gesta heróica do povo do Barreiro, no amor ao seu clube.
Luciano Barata soube de forma muito positiva transportar para cena o texto de Manuela Fonseca, superando as dificuldades através de um excelente trabalho pluridisciplinar.
Um espectáculo divertido, onde a linguagem «típica» camarra não é esquecida, onde os lugares que marcam a vida de uma comunidade são reflectidos de forma intensa – o barbeiro o local da terra, por onde passam as histórias da terra, o mercado, onde os comentários são um reflexo das vivências sociais: “Casou com o engenheiro da CUF, ou lá o que é e agora é gente fina.”
Um espectáculo que nos transmite as vivências da vida associativa, as forças que se unem para concretizar os sonhos – rifa a rifa, vontade a vontade – “tudo por causa de um sonho”.
Uma peça feita de memórias – o Lá vai, os ferroviários, os ratos brancos, as personagens de uma vila operária.
A repressão policial. Os bufos. Uma vila operária com sonhos de Liberdade.
Aqueles diálogos que fazem sorrir. O bêbado que estava – “com uma grande cadela”, que discutia, porque lhe chamavam bêbado e ele responde – “Sou Bêbado hoje, mas tu é feia para toda a vida”.
Um espectáculo marcado por muita jovialidade, muita graça, onde não falta a emoção e a recordação dos heróis – tendo o Faia, um grande ídolo do Futebol Clube Barreirense como referência.
A coreografia do «Comboio da Pedra» transmite-nos uma forte energia interior – a unidade, a força, a acção, a inter-ajuda, o sorriso e a alegria.
Ali está vivo o associativismo e as memórias de uma geração que se uniu para erguer paredes e construir o Ginásio-Sede.
Não é esquecido na encenação, recordar as referências e o impacto na imprensa nacional da época, daquilo que foi esta maravilhosa epopeia do povo do Barreiro. Um exemplo seguido pelo Lavradio, com a construção da sede social da SFAL - a mais antiga colectividade do concelho do Barreiro.
Um espectáculo que dá a dimensão, objectiva, da construção de um projecto – pedra a pedra, braço a braço. E também, aquela cena do espectáculo para recolha de fundos proporciona belos momentos musicais, com vozes marcadas pelo ritmo, galvanizando a sala e motivando a participação activa dos espectadores, principalmente na rapsódia final, recordando canções da nossa infância e juventude. Gostei do espectáculo, onde não faltou a emoção de um derby, com público, arbitragem, gritos e protestos, num confronto entre o Sporting e o Barreirense.
Ali, está viva a tal quadra, de Jorge Soares:
Uma esperança que não finda
Uma fé que tudo vence
Um valor mais alto ainda
Um só nome Barreirense!


Parabéns ao UTIBTeatro, pela brilhante representação
Parabéns ao Luciano Barata, pela forma como construiu este espectáculo, que vai ficar na memória das coisas bonitas feitas no teatro barreirense.
Parabéns a Manuela Fonseca, pelo seu amor ao Barreirense e por ter escrito esta peça,
Parabéns Inês Nunes pelos belos momentos que coreografou com muita estética e criatividade.
Afinal, uma terra, deve ter orgulho dos seus feitos e das suas memórias.
Este é um espectáculo que, também, com a presença dos alunos da Escola Mendonça Furtado tem uma marca inter-geracional e abre o caminho para que os filhos tenham orgulho daquilo que herdaram dos seus pais.
No final ergue-se no palco, com grande beleza o Ginásio-sede, pintado por Seixas Carmo, dando uma dimensão do real, e, afinal, demonstrando que aquilo que assistimos, é uma ponte entre a ficção e o real.
Este espectáculo é, sem dúvida, uma homenagem ao associativismo barreirense, aos valores solidários que marcaram a vida de gerações e que deixa, no coração, uma ponta de «saudade do futuro».
Obrigado!
António Sousa Pereira


Nota - O 4º Espectáculo da peça "Comboio da Pedra" de Manuela Fonseca, representado pela UTIBTEATRO, inserido no Mês do Teatro 2012 da Cidade do Barreiro, terá lugar na SIRB "Os Penicheiros", no próximo domingo, dia 18 de Março, pelas 16 Horas.
Não perca! Acredite que vale a pena.